Gre-Nal da Inovação: “Sirvam nossas façanhas…”

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E Felipão, Luiz Felipe Scolari, técnico do Grêmio, diz que vai convidar o técnico do Inter, Diego Aguirre, para um jantar na Semana do Gre-Nal.

Também o “Caminho do Gol”,  trecho feito a pé desde o Centro até o Beira-Rio, com confraternização das torcidas, sucesso e marca da Copa do Mundo em Porto Alegre, será implantado. 

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BrasilAlemanha antecipou-se à providencial iniciativa já no final de julho de 2013, encaminhando à direção do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense a seguinte mensagem, às vésperas de uma decisão que poderia resultar na vergonha da derrota para a iminente decretação de torcida única no Gre-Nal nº 397 pelo Brasileirção, o primeiro na Arena do Grêmio, programado para o dia 04 de agosto do ano pré-Copa:

Gre-Nal:  Sirvam nossas façanhas de modelo…

                                                                          Sílvio Aloysio Rockenbach*

Domingo que vem, 4 de agosto, Porto Alegre vai protagonizar de novo “o maior clássico brasileiro”. É bem assim que os torcedores de Grêmio, Internacional e a imprensa gaúcha, avalizados por observadores de fora, estão acostumados a avaliar, sem modéstia, seu clássico, que está prestes a inaugurar uma nova arena e logo mais, um segundo cenário, que será o da Copa em Porto Alegre. No contrapé destes gigantescos novos templos do futebol, seu fiéis mostram-se  totalmente indignos de pisar seus solos sagrados.  E estão prestes a perpetuar o que se tornará  a maior negação dos versos que a torcida de ambos os clubes cantam com maior fervor do que o Hino Nacional: “Que nossas façanhas sirvam de modelo a toda a terra”.  

Que façanhas? Torcedores engalfinhados, se estraçalhando, se matando só porque existe na mesma cidade um outro clube de igual grandeza que o seu?  Uma sociedade complacente, sem brios, sem  atitude, sem convicções, com mídia poderosa, mas tíbia, incapaz de liderar uma campanha de isolamento de poucas laranjas podres que nos últimos anos estragam sistematicamente o suco da satisfação das pessoas de bem e das famílias? “Que sirvam nossas picuinhas de modelo a qualquer megera!” – talvez fosse por aí a sinalização para uma atualização do nosso glorioso Hino Riograndense.

Está na hora de os gaúchos se darem conta de que as peleias do passado tiveram causas bem mais nobres.  E que o futebol é o que ainda nos garante uma maciça presença na mídia nacional, porque nos demais setores nossos índices vão quase todos de mal a pior. Cantamos glórias, verdadeiras e imaginárias, do passado, perdemos posições no presente e projetamos um futuro de estádios construídos para ocupação por 60 mil que não lotam nunca, porque excluímos a metade que completaria o maravilhoso colorido vermelho-azul /azul-vermelho.

A grande e triste “façanha” que estamos prestes a consumar é que o Gre-Nal vire clássico de uma só torcida. A tragédia justificaria uma nova mexida em nosso Hino Riograndense, que em outro momento crucial, em 1966, em plena ditadura militar, já viu suprimida sua segunda gloriosa estrofe:

Entre nós reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, espartanos.

Parece que nós, gaúchos, não aprendemos nada de nadinha do que toda a nação vivenciou, emocionada e decidida, durante toda a semana passada: uma nação em festa, alegre, feliz, possível,  em paz, sem vez para vândalos e assemelhados.  Na expressão do próprio Papa maravilhado, já no avião, em sua viagem de volta, “a bondade do povo brasileiro é enorme! Seu coração é realmente grande! É um povo amável! Um povo que adora fazer festa! E, apesar do seu sofrimento, encontra sempre um jeitinho para ver os aspectos positivos em tudo! Enfim, é um povo alegre, apesar de sofrer tanto! A alegria dos brasileiros é contagiosa”. E a alegria dos gaúchos é…

Uma decisão drástica de gre-nal  (assim mesmo, com letras minúsculas), de uma torcida só, seria a maior prova de que a geração atual de gaúchos não faz mais jus à épica frase do “modelo a toda a terra”. Sugiro que seja, então,  mudada para “Que nossas picuinhas sirvam de modelo  a qualquer megera”.  Ou melhor, muito melhor: vamos esquecer nossas picuinhas e dar um sentido verdadeiro e à altura do verso altaneiro, brindando o Brasil e o mundo com o nosso GRE-NAL de estádios superlotados, alegres, pacíficos, vibrantes e multicoloridos.

Alô, comunicadores, publicitários, cronistas esportivos: vamos criar uma campanha de conscientização, inteligente, à altura de nossa capacidade criativa e motivadora, capaz de dar vida nova à controvertida letra e preenchê-la de um conteúdo realmente modelar. Que a partir de agora, nossos GRE-NAIS, com novos estádios, inaugurem uma nova era e que sirvam, por que não, de modelo a toda terra! Na Europa, eles já foram como somos agora. Mas também nós podemos ser Primeiro Mundo. Aqui, sim, no futebol, o processo pode ser rápido. Já pode começar no próximo domingo!

*Editor do portal  www.brasilalemanha.com.br, da mala direta BrasilAlemanha  Neues e apresentador do programa radiofônico semanal bilíngue AHAI – A Hora Alemã Intercomunitária / Die deutsche Stunde der Gemeinden por uma rede de emissoras no RS, SC e PR, ora em sua edição nº 1070    
E-mail: contato@brasilalemanha.com.br

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