Empresas e instituições apostam em viagens à Alemanha
A própria Câmara Brasil-Alemanha (AHK) dispõe de programas que promovem esta troca, como é o caso do Senior Experten Service, que no ano passado trouxe seis experts alemães para prestar consultoria em empreendimentos de Santa Catarina.
Com uma filial em Blumenau desde 2006, a T-Systems enviou 27 colaboradores para a Alemanha somente em 2013. Com permanência média de seis semanas, eles viajam com o objetivo de transferir conhecimento, seja dentro da própria empresa ou no atendimento de clientes sediados na Alemanha. A analista de sistemas Sandra Gutz está há seis anos e meio na empresa e já realizou sete viagens a trabalho neste período, a mais longa delas no último ano, quando permaneceu por três meses no exterior. Nestas ocasiões, participou de projetos para as montadoras Daimler-Mercedes e Volkswagen. Para ela, o contato com o país de seus ascendentes é sinônimo de realização pessoal e profissional. “Quanto mais se conhece a língua mãe e conforme nos adaptamos à cultura do país, mais oportunidades teremos, tanto no campo pessoal quanto profissional. Sempre tive desejo de trabalhar em uma empresa em que pudesse unir a minha habilitação técnica em TI com a habilidade adquirida na infância de falar alemão”.
No retorno à filial, a T-Systems observa os ganhos das viagens técnicas, como a melhora da autonomia na execução do trabalho, mais proximidade e interação com clientes e colegas da Alemanha, mais facilidade em projetos e reuniões e o aperfeiçoamento do idioma. O coordenador de equipe e analista de desenvolvimento Moacir Maas já viajou três vezes pela T-Systems e confirma o desenvolvimento pessoal e profissional. “Todas as três viagens contribuíram na aquisição de mais conhecimento técnico e auxiliaram no contato com os colegas da Alemanha”. Ele também afirma que a imagem do país mudou após conhecer melhor a cultura e os costumes de lá. “Deu pra quebrar essa imagem que eu tinha da Alemanha, pois, além de um país bem desenvolvido, você vê a organização e os pontos de melhoria. Destaco também o acolhimento e a preocupação dos alemães conosco”. Maas garante que o cliente acabou se tornando uma segunda família.
Alunos de alemão trabalham a confiança no idioma
Depois de oito meses no curso Alemão Preparatório Intensivo (API), os alunos do ICBA podem ter a possibilidade de colocar em prática os aprendizados da sala de aula. O Instituto Cultural Brasil-Alemanha planeja viagens em grupos com alunos que se preparam para prestar o exame da língua. Segundo a professora Maria Sobottka, a imersão no idioma é a principal parte do aprendizado. “Em 20 dias de viagem, os alunos têm a possibilidade de colocar em prática as situações simuladas durante o curso. É uma experiência marcante, pois para a maioria deles é a primeira viagem à Alemanha”.
A aluna Raiza Sabine Teske, que participou da viagem em outubro de 2013, destaca a hospitalidade dos moradores de Schwäbisch Hall, cidade onde os estudantes fizeram o curso no Goethe Institut, e o desafio de se comunicar somente em alemão. “O fato de ter aula e conviver com pessoas de vários lugares do mundo e de ter que se comunicar apenas em alemão com elas foi algo desafiador e extraordinário ao mesmo tempo. Essa boa dose de alemão na rotina nos mostrou que treino é tudo e que realmente somos capazes de nos comunicarmos quando a vontade e a necessidade falam mais alto do que o medo ou a vergonha de errar”.
A professora e coordenadora do ICBA Blumenau, Gundi Müller, ainda destaca que, apesar do ritmo intenso de estudos, os alunos ainda encontram formas de se divertir. Ela acompanhou um grupo de adolescentes que foram para Malente, cidade no Estado de Schleswig-Holstein, que faz divisa com a Dinamarca, em junho do ano passado. “As aulas ocorrem durante a manhã e o resto do tempo era dedicado a outras atividades. Eles praticam esportes como pedalinho no lago, andam de bike, jogam futebol, nadam nos lagos, além de participar de jogos aquáticos. Também participam de programas culturais como teatro e pintura”.
Sobre a AHK Santa Catarina
As Câmaras de Comércio e Indústria Alemãs são associações de empresas e funcionam como representantes oficiais dos interesses comerciais, industriais e de investimentos fora da Alemanha nos países em que estão situadas, no caso da Câmara Brasil-Alemanha, ela representa os interesses da Alemanha no Brasil. Também conhecida como plataforma de negócios, busca fomentar de maneira bilateral o intercâmbio de tecnologia ou técnico e científico entre Brasil e Alemanha, aumentando assim o bem-estar da população dos países parceiros. A sede regional da Câmara Brasil-Alemanha em Santa Catarina foi criada em 2007 em Blumenau e atende as cidades de todo o Estado. Hoje são mais de 80 associados catarinenses.
Fonte: Oficina das palavras:
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