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Colunistas

21/07/2013

Porto Alegre, "a cidade dos alemães" durante um século - por Sílvio Aloysio Rockenbach

Este texto foi preparado para a homenagem à Imigração Alemã em 10/07/2013 na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, iniciativa do Ver. João Carlos Nedel. Por ironia do destino, a Câmara foi invadida duas horas antes e a sessão, realizada em 11/08.

Veja o mesmo texto em visual mais fácil e atraente >

 

Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, foi sempre a grande referência geográfica, ao lado do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, para os imigrantes alemães, que começaram a chegar ao extremo Sul do Brasil a partir de julho de 1824 – menos de dois anos após a proclamação da nossa independência de Portugal em 1822. As referências à capital aparecem não apenas nos relatos de viagem após uma longa e perigosa travessia do Atlântico, mas também e cada vez mais como ponto de gravitação de sua vida econômica nas povoações que foram se formando pelo interior do Estado, preferencialmente junto a rios e lagos, que formavam suas vias naturais de transporte.


Johann Friedrich, autor de uma das cartas mais antigas preservadas, datada de 1º de janeiro de 1832, referia-se assim à sua passagem por Porto Alegre, pelas águas da Lagoa dos Patos e do Guaíba:

“Depois de 10 dias no Rio de Janeiro, já no dia 14 de abril de 1826 alcançamos o porto de Porto Alegre e três dias depois alcançamos a meta da viagem, era 17 de abril quando pusemos os pés nessa terra, contentes e agradecidos ao Senhor Deus todo bondoso, que abençoou tão ricamente esse país de fertilidade tão variada. Mais tarde, no lugar de desembarque foi fundada uma nova cidade, onde se radicaram muitos comerciantes e artesãos, e ela recebeu o nome de Santa Leopoldina e fica a apenas 8 horas da cidade de Porto Alegre se o trajeto for feito por terra, se a gente quiser ir via fluvial, leva-se mais tempo, porque o rio tem muitas curvas e sinuosidades.” 

Há uma deliciosa historinha contada por um jornalista desta cidade, Flávio Alcaraz Gomes, em sua coluna diária no Correio do Povo. Referia-se ele à passagem por Porto Alegre de mais um grupo de imigrantes alemães pelo Guaíba, que, como de praxe, foram cumprimentados a bordo por  um emissário do governo do Estado.  Apesar de preto reluzente, este emissário surpreendeu os viajantes ao lhes dar as boas-vindas num alemão perfeito. Perguntado pelos alemães como podia ele, negro, falar alemão tão bem, resolveu pregar-lhes uma peça: "Olhem - respondeu, sério -  há muitos anos, quando eu cheguei aqui, eu também era branco, como vocês. Mas sabem como é, depois de tantos anos de trabalho sol a sol, fiquei como sou hoje. Também vocês, morando aqui, vão ficar negros como eu". Foi um alvoroço generalizado no barco e quase terminava ali o sonho brasileiro desse grupo de  alemães..., naturalmente ciosos da sua cor, como todos os europeus da época. Acabaram acalmados pelo próprio emissário, que revelava notável convivência com alemães já estabelecidos em São Leopoldo, onde havia aprendido perfeitamente o alemão.

Outro jornalista, David Coimbra, da RBS, lembra que já houve touradas e execuções de pena de morte em Porto Alegre. Até o século 19, segundo ele, a cidade e o Estado sofriam grande influência ibérica. A partir de 1824, os alemães começaram a chegar. E aí, segundo Coimbra, Porto Alegre se “germanizou”.  E acrescenta: "No princípio do século 20, Porto Alegre era uma cidade de típica ascendência alemã, o que lhe restou inscrito no corpo e na alma. Está na gastronomia. O Chalé da Praça 15 é um remanescente de tantos bares e restaurantes alemães que se espalharam pela cidade. Alguns ainda vigem, resistindo bravamente com seus chopes cremosos e dourados, seus sanduíches abertos de lombinho, seus rahmschnitzels, seus praetzels, seus hackepeters. Já o bairro Moinhos de Vento é um testemunho de pedra da arquitetura alemã, com seu casario elegante e suas ruas arborizadas".

O próprio Hospital Moinhos de Vento nasceu Deutsches Krankenhaus – Hospital Alemão. E até a Santa Casa, bem anterior à chegada dos alemães, acabou salva da autoproclamada situação de UTI por um ilustre descendente de alemães, cardeal Dom Vicente Scherer, e sua equipe, no início da década de 1980.

O já citado  Flávio Alcaraz Gomes escreveu certa vez, com muita propriedade: "Se não tivesse havido aquela estúpida perseguição aos teuto e ítalo-brasileiros, nos tempos da II Guerra Mundial – um verdadeiro genocídio cultural – o Sul do Brasil poderia hoje ser oficialmente trilíngue, com toda a sua riqueza pluricultural!"

Se ficarmos no terreno da arquitetura, sites variados nos ensinam que o Centro da capital gaúcha ainda ostenta uma série de prédios históricos de diferentes estilos arquitetônicos. Nas décadas de 1940 e 1950, a silhueta de Porto Alegre parecia mais um centro histórico de qualquer cidade europeia atual do que esta mescla de prédios antigos e novos, na qual, felizmente, escaparam, entre outros,  diversos edifícios históricos concebidos por arquitetos alemães – a começar pelo Mercado Público, concluído em 1869, projeto do arquiteto alemão Friedrich Heydtmann, originariamente com um só pavimento, e patrimônio cultural da cidade, que há poucos dias nos pregou um tremendo susto. Já a construção da Usina do Gasômetro não teve participação de arquiteto alemão, mas sua torre de 107 metros foi mandada construir pelo prefeito Alberto Bins, para livrar os moradores na ponta da cidade da fumaça e mau cheiro provenientes da Usina de abastecimento energético a gás.

A Casa de Cultura Mário Quintana, antigo hotel de luxo, chamado Hotel Majestic, é apenas um dos numerosos prédios majestosos que outro arquiteto alemão, o até hoje esquecido e injustiçado Theo Wiederspahn, espalhou pela cidade. Devemos a seu talento os suntuosos prédios do MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul, da Alfândega, dos Correios – atual Memorial do RS, do antigo Banco do Comércio - hoje Santander Cultural, da Casa Ely – atual lojas Tumelero em frente à Rodoviária, dos edifícios Chaves e Bier e Ullmann, do Hospital Moinhos de Vento, do conjunto de prédios da Cervejaria Bopp - Continental, depois Brahma e atual Shopping Total, da antiga Faculdade de Medicina da UFRGS e também diversos armazéns na Rua Voluntários da Pátria, o antigo Moinho Chaves, no bairro Navegantes, assim como residências, palacetes e casas comerciais, além de importantes prédios e igrejas por várias cidades do interior do RS. Em 1933, com a exigência do registro profissional, Theo foi rebaixado para a categoria de "construtor licenciado", passando, então, a trabalhar para a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, onde teve suas atividades novamente interrompidas durante a Segunda Guerra Mundial, apesar de já naturalizado brasileiro. Theo teve tanta visibilidade e tanta fama que ainda hoje é lembrado como o maior arquiteto gaúcho de todos os tempos. Morreu aos 73 anos.  Até mesmo o Theatro São Pedro nasceu do talento de um alemão, Philip von Normann, nascido em Dresden. E sua obra foi totalmente restaurada e está sendo ampliada com o Multipalco pelo talento e dedicação ímpar de outra alemã, Eva Sopher, homenageada com o prêmio Distinção Imigração Alemã, como representante da Capital e Região Metropolitana na edição de 2012.

Também os clubes de Porto Alegre, em sua grande parte, são produto da cultura associativa dos alemães, que levam a fama de fundarem logo um clube quando dois ou três deles se encontram. Com a prática esportiva eles associavam também a preservação de sua cultura, a socialização e o lazer. A “ginástica” foi a prática escolhida pelos imigrantes alemães quando fundaram o primeiro clube em Porto Alegre, a “Sociedade Ginástica Porto Alegre, em 1867” – a Sogipa. Na época, o turfe era uma prática identificadora dos luso-brasileiros e os prados tornaram-se os principais espaços de sociabilidades e lazer deste grupo social em Porto Alegre.

Os clubes dos alemães dedicavam-se à ginástica, aos jogos coletivos, ao tiro ao alvo, a caminhadas, ao ciclismo, ao teatro e ao canto coral. O esporte - e em particular a ginástica - era um meio de educar o jovem para a nação, incutindo preceitos morais e tornando o cidadão um indivíduo saudável. Outros clubes e sociedades fundadas por alemães surgiram ao natural: o Grêmio Náutico União; a Sociedade Germânia, o Veleiros do Sul, o Clube dos Jangadeiros, o Iate Clube Guaíba-Porto Alegre, o Clube de Regatas Almirante Barroso – antigo Ruder Club Porto Alegre, a Sociedade Leopoldina Juvenil, o Schützenverein, hoje Clube dos Caixeiros Viajantes, a Sociedade União Popular – o Volksverein, hoje Associação Theodor Amstad com sede em Nova Petrópolis, o Centro Cultural 25 de Julho  e naturalmente o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. No mesmo dia 15 de setembro de 1903 era criado também o Fuss-Ball Club de Porto Alegre. Ambos eram amplamente dominados pela presença germânica. O Fuss-Ball ("futebol" em alemão)  era completamente fechado à participação de indivíduos externos a esta comunidade. O Grêmio FBPA, por sua vez, se apresentava como uma espécie de clube alemão sem restrições absolutas a elementos alheios àquela comunidade, pois dentre os seus 23 fundadores, havia quatro nomes não-germânicos. Trata-se da reprodução, no âmbito particular do futebol, de uma situação que se generalizava na vida social da Porto Alegre de então - a "cidade dos alemães".

No inicio do século XX, o Rio Grande do Sul já possuía também numerosos estabelecimentos industriais, com uma produção bastante diversificada. O censo de 1907 colocava o Rio Grande do Sul em igualdade de condições com São Paulo quanto ao número de operários ocupados e valor da produção. A partir de então, o crescimento industrial foi mais intenso no estado de São Paulo, especialmente por questões de limitação do mercado regional gaúcho em comparação com o mercado nacional atendido pela indústria paulista, e também pelo maior acúmulo de capital garantido pela produção e exportação do café. Na área industrial notabilizavam-se as Indústrias Renner, os Fogões Berta, Wallig e Geral, a Chocolates Neugebauer, o Laboratório Wesp, a Cervejaria Continental, o Grupo Gerdau, entre muitos outros. Na área comercial, a Casa Bromberg; na área dos transportes, a Viação Ouro e Prata, as companhias de navegação e a portentosa VARIG; na área de ensino, os Colégios Pastor Dohms, Concórdia, Farroupilha – antiga Escola Alemã  ou Deutsche Schule; na área eclesiástica, as igrejas São José, na Alberto Bins, dos Navegantes, no bairro Navegantes, a igreja da Reconciliação na Senhor dos Passos, e a igreja da Comunidade Cristo na Presidente Roosevelt.

Uma Porto Alegre bem menos alemã que a de 100 ou a de 60 anos atrás testemunha, ainda assim, uma presença bastante marcante. São marcos desta presença o próprio Consulado Geral da Alemanha, o Instituto Cultural Brasileiro Alemão associado ao Instituto Goethe, a Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlemanha,  o Centro Cultural 25 de Julho com seu Coro Masculino, o Colégio Farroupilha, o Colégio Pastor Dohms, o Colégio Anchieta e a PUCRS com seus professores de origem e formação alemãs, a Livraria Pe. Reus e seu Calendário Familienkalender, a Livraria Hermann, os monumentos alemães em praças e avenidas da capital, os nomes de ruas com sobrenomes alemães por toda parte, os restaurantes Ratskeller/Baumbach, Schneider, Schullas, Tirol, Chopp Stübel, Steinhaus, entre outros, os clubes sociais e esportivos hoje cada vez mais heterogêneos, as igrejas católica e evangélicas, as praças e ruas coloridas e arborizadas, o esporte aquático e tantas outras manifestações do modo de viver de inspiração alemã.

Mas a forte presença alemã em Porto Alegre não se limita ao seu passado e presente. Estamos em plena Temporada da Alemanha no Brasil, dedicada à intensificação ainda maior das relações e intercâmbios Brasil-Alemanha, por iniciativa do Governo alemão, da Confederação da Indústria Alemã,  da Confederação Nacional da Indústria do Brasil, das Câmaras Brasil-Alemanha e dos Institutos Goethe, já em pleno andamento, de maio de 2013 a junho de 2014, em todo o Brasil, com centenas de iniciativas nas mais diversa áreas.

Aqui no Estado, estamos em pleno Biênio 189-190 Anos da Imigração Alemã 1824 a 2013/2014, com desdobramentos já neste mês de julho, entre os quais se destaca o presente ato solene. Já no próximo dia 18 de julho, 5ª feira, teremos no Centro Cultural 25 de Julho, no bairro Auxiliadora, a solenidade de premiação Distinção Imigração Alemã 2013, com a entrega de placa e brasão ao Prof.  Dr. Blásio Artur Rambo, da Unisinos de São Leopoldo, representando a região metropolitana de Porto Alegre, por seus aprofundados estudos e publicações sobre a etnia alemã; e ao jornalista Hugo Hammes, assessor de imprensa e agente cultural, representando o interior do Estado, vinculado à Associação Theodor Amstad, de Nova Petrópolis, por sua constante luta em prol da cultura alemã. O dia 18 de Julho assinala a data da passagem por Porto Alegre do grupo pioneiro de 39 imigrantes alemães que, uma semana depois, chegaria a São Leopoldo, no dia 25 de julho de 1824. E falando em São Leopoldo, a cidade-berço da imigração alemã no Brasil vai realizar a 22ª São Leopoldo Fest de 24 a 28 de julho no Ginásio Celso Morbach e no Largo Rui Porto. Por todo o interior do Estado, o dia 25 de Julho, dedicado à Imigração Alemã, será comemorado com muita empolgação.

Mas sopram novos ventos e a imigração alemã no Brasil não pode se cristalizar no passado e nem no presente. Cultura alemã sempre se destacou por sua tradição e muita inovação.  E é assim que, num mundo cada vez mais globalizado, os descendentes de alemães, acreditando nas amplas vantagens da diversidade cultural para o desenvolvimento de nosso Brasil, estão descobrindo as vantagens diretas de parcerias com cidades alemãs com  as quais descobrem mais afinidades. Parcerias já foram estabelecidas entre São Vendelino e Skt. Wendel, Bom Princípio e Klüsserat, Ivoti e Rottenburg, Arroio do Meio e Boppard, Salvador do Sul e Dickenschied, Igrejinha e Simmern, São Lourenço do Sul e Sponheim e Feliz e Nohfelden. E novas parcerias estão a caminho.

Agradecemos ao vereador João Carlos Nedel esta excelente oportunidade de expormos a vitalidade e os desafios que animam a comunidade alemã de Porto Alegre para o benefício de toda a nossa cidade, nosso Estado e nosso País através do estreitamento dos intercâmbios com a Alemanha, país que segundo as últimas quatro pesquisas mundiais da BBC de Londres é apontada como o país de influência mais positiva no mundo atual.

E a todas as senhoras e senhores, o nosso muito obrigado por sua obsequiosa atenção.

*

Neste contexto insere-se como uma luva a matéria, publicada coincidentemente no dia 11 de julho de 2013, pelo jornal Zero Hora, na página Almanaque Gaúcho, assinada pelo jornalista Ricardo Chaves, com base em relato da legendária Revista do Globo, então sob a direção de Érico Veríssimo. Só que surge então, longe daqui, o maior flagelo da humanidade... Canhões e bombas rugem e explodem em outros continentes, mas raios devastadores caem também por aqui.
 

 A hidráulica em 1939

"Porto Alegre atingiu, nos dias que correm, as culminâncias da sua vitalidade. Como um organismo transbordante de vida, a cidade parece que foi tomada de uma empolgante febre renovadora."

Assim começa um dos textos publicados em setembro de 1939 na Revista do Globo. Havia nessa época um visível deslumbramento com o que vinha acontecendo na Capital no decênio anterior. Não por acaso, a legenda da foto abaixo dizia ser esta "uma das paisagens aéreas mais belas da capital gaúcha: o elegante arrabalde Moinhos de Vento com a Hidráulica Municipal ao centro".


A hidráulica 
Foto: Santos Vidarte, Revista do Globo, reprodução

Inaugurada em 1928 pelo prefeito Alberto Bins, com arquitetura inspirada no Palácio de Versalhes e seus jardins, a área limitada pelas ruas 24 de Outubro (ao alto, à esquerda), Doutor Valle (ao alto, à direita), Fernando Gomes (à esquerda, em curva), Hilário Ribeiro (na parte inferior da imagem) e Santo Inácio (à direita) era o símbolo da "vibração e sinfonia de uma cidade moderna, culta e civilizada...".

*

Sobre a constrangedora invasão da Câmara de Vereadores, que perdurou oito longos dias, com direito a liminares a favor e contra, divisão entre vereadores, agressões físicas, nudismo explícito e constrangimentos de toda ordem, veja os relatos da mídia. Os tempos realmente são outros... Redação BrasilAlemanha

 

 

 

Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, foi sempre a grande referência geográfica, ao lado do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, para os imigrantes alemães, que começaram a chegar ao extremo Sul do Brasil a partir de julho de 1824 – menos de dois anos após a proclamação da nossa independência de Portugal em 1822. As referências à capital aparecem não apenas nos relatos de viagem após uma longa e perigosa travessia do Atlântico, mas também e cada vez mais como ponto de gravitação de sua vida econômica nas povoações que foram se formando pelo interior do Estado, preferencialmente junto a rios e lagos, que formavam suas vias naturais de transporte.

Johann Friedrich, autor de uma das cartas mais antigas preservadas, datada de 1º de janeiro de 1832, referia-se assim à sua passagem por Porto Alegre, pelas águas da Lagoa dos Patos e do Guaíba:

“Depois de 10 dias no Rio de Janeiro, já no dia 14 de abril de 1826 alcançamos o porto de Porto Alegre e três dias depois alcançamos a meta da viagem, era 17 de abril quando pusemos os pés nessa terra, contentes e agradecidos ao Senhor Deus todo bondoso, que abençoou tão ricamente esse país de fertilidade tão variada. Mais tarde, no lugar de desembarque foi fundada uma nova cidade, onde se radicaram muitos comerciantes e artesãos, e ela recebeu o nome de Santa Leopoldina e fica a apenas 8 horas da cidade de Porto Alegre se o trajeto for feito por terra, se a gente quiser ir via fluvial, leva-se mais tempo, porque o rio tem muitas curvas e sinuosidades.” 

Há uma deliciosa historinha contada por um jornalista desta cidade, Flávio Alcaraz Gomes, em sua coluna diária no Correio do Povo. Referia-se ele à passagem por Porto Alegre de mais um grupo de imigrantes alemães pelo Guaíba, que, como de praxe, foram cumprimentados a bordo por  um emissário do governo do Estado.  Apesar de preto reluzente, este emissário surpreendeu os viajantes ao lhes dar as boas-vindas num alemão perfeito. Perguntado pelos alemães como podia ele, negro, falar alemão tão bem, resolveu pregar-lhes uma peça: "Olhem - respondeu, sério -  há muitos anos, quando eu cheguei aqui, eu também era branco, como vocês. Mas sabem como é, depois de tantos anos de trabalho sol a sol, fiquei como sou hoje. Também vocês, morando aqui, vão ficar negros como eu". Foi um alvoroço generalizado no barco e quase terminava ali o sonho brasileiro desse grupo de  alemães..., naturalmente ciosos da sua cor, como todos os europeus da época. Acabaram acalmados pelo próprio emissário, que revelava notável convivência com alemães já estabelecidos em São Leopoldo, onde havia aprendido perfeitamente o alemão.

Outro jornalista, David Coimbra, da RBS, lembra que já houve touradas e execuções de pena de morte em Porto Alegre. Até o século 19, segundo ele, a cidade e o Estado sofriam grande influência ibérica. A partir de 1824, os alemães começaram a chegar. E aí, segundo Coimbra, Porto Alegre se “germanizou”.  E acrescenta: "No princípio do século 20, Porto Alegre era uma cidade de típica ascendência alemã, o que lhe restou inscrito no corpo e na alma. Está na gastronomia. O Chalé da Praça 15 é um remanescente de tantos bares e restaurantes alemães que se espalharam pela cidade. Alguns ainda vigem, resistindo bravamente com seus chopes cremosos e dourados, seus sanduíches abertos de lombinho, seus rahmschnitzels, seus praetzels, seus hackepeters. Já o bairro Moinhos de Vento é um testemunho de pedra da arquitetura alemã, com seu casario elegante e suas ruas arborizadas".

O próprio Hospital Moinhos de Vento nasceu Deutsches Krankenhaus – Hospital Alemão. E até a Santa Casa, bem anterior à chegada dos alemães, acabou salva da autoproclamada situação de UTI por um ilustre descendente de alemães, cardeal Dom Vicente Scherer, e sua equipe, no início da década de 1980.

O já citado  Flávio Alcaraz Gomes escreveu certa vez, com muita propriedade: "Se não tivesse havido aquela estúpida perseguição aos teuto e ítalo-brasileiros, nos tempos da II Guerra Mundial – um verdadeiro genocídio cultural – o Sul do Brasil poderia hoje ser oficialmente trilíngue, com toda a sua riqueza pluricultural!"

Se ficarmos no terreno da arquitetura, sites variados nos ensinam que o Centro da capital gaúcha ainda ostenta uma série de prédios históricos de diferentes estilos arquitetônicos. Nas décadas de 1940 e 1950, a silhueta de Porto Alegre parecia mais um centro histórico de qualquer cidade europeia atual do que esta mescla de prédios antigos e novos, na qual, felizmente, escaparam, entre outros,  diversos edifícios históricos concebidos por arquitetos alemães – a começar pelo Mercado Público, concluído em 1869, projeto do arquiteto alemão Friedrich Heydtmann, originariamente com um só pavimento, e patrimônio cultural da cidade, que há poucos dias nos pregou um tremendo susto. Já a construção da Usina do Gasômetro não teve participação de arquiteto alemão, mas sua torre de 107 metros foi mandada construir pelo prefeito Alberto Bins, para livrar os moradores na ponta da cidade da fumaça e mau cheiro provenientes da Usina de abastecimento energético a gás.

A Casa de Cultura Mário Quintana, antigo hotel de luxo, chamado Hotel Majestic, é apenas um dos numerosos prédios majestosos que outro arquiteto alemão, o até hoje esquecido e injustiçado Theo Wiederspahn, espalhou pela cidade. Devemos a seu talento os suntuosos prédios do MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul, da Alfândega, dos Correios – atual Memorial do RS, do antigo Banco do Comércio - hoje Santander Cultural, da Casa Ely – atual lojas Tumelero em frente à Rodoviária, dos edifícios Chaves e Bier e Ullmann, do Hospital Moinhos de Vento, do conjunto de prédios da Cervejaria Bopp - Continental, depois Brahma e atual Shopping Total, da antiga Faculdade de Medicina da UFRGS e também diversos armazéns na Rua Voluntários da Pátria, o antigo Moinho Chaves, no bairro Navegantes, assim como residências, palacetes e casas comerciais, além de importantes prédios e igrejas por várias cidades do interior do RS. Em 1933, com a exigência do registro profissional, Theo foi rebaixado para a categoria de "construtor licenciado", passando, então, a trabalhar para a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, onde teve suas atividades novamente interrompidas durante a Segunda Guerra Mundial, apesar de já naturalizado brasileiro. Theo teve tanta visibilidade e tanta fama que ainda hoje é lembrado como o maior arquiteto gaúcho de todos os tempos. Morreu aos 73 anos.  Até mesmo o Theatro São Pedro nasceu do talento de um alemão, Philip von Normann, nascido em Dresden. E sua obra foi totalmente restaurada e está sendo ampliada com o Multipalco pelo talento e dedicação ímpar de outra alemã, Eva Sopher, homenageada com o prêmio Distinção Imigração Alemã, como representante da Capital e Região Metropolitana na edição de 2012.

Também os clubes de Porto Alegre, em sua grande parte, são produto da cultura associativa dos alemães, que levam a fama de fundarem logo um clube quando dois ou três deles se encontram. Com a prática esportiva eles associavam também a preservação de sua cultura, a socialização e o lazer. A “ginástica” foi a prática escolhida pelos imigrantes alemães quando fundaram o primeiro clube em Porto Alegre, a “Sociedade Ginástica Porto Alegre, em 1867” – a Sogipa. Na época, o turfe era uma prática identificadora dos luso-brasileiros e os prados tornaram-se os principais espaços de sociabilidades e lazer deste grupo social em Porto Alegre.

Os clubes dos alemães dedicavam-se à ginástica, aos jogos coletivos, ao tiro ao alvo, a caminhadas, ao ciclismo, ao teatro e ao canto coral. O esporte - e em particular a ginástica - era um meio de educar o jovem para a nação, incutindo preceitos morais e tornando o cidadão um indivíduo saudável. Outros clubes e sociedades fundadas por alemães surgiram ao natural: o Grêmio Náutico União; a Sociedade Germânia, o Veleiros do Sul, o Clube dos Jangadeiros, o Iate Clube Guaíba-Porto Alegre, o Clube de Regatas Almirante Barroso – antigo Ruder Club Porto Alegre, a Sociedade Leopoldina Juvenil, o Schützenverein, hoje Clube dos Caixeiros Viajantes, a Sociedade União Popular – o Volksverein, hoje Associação Theodor Amstad com sede em Nova Petrópolis, o Centro Cultural 25 de Julho  e naturalmente o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. No mesmo dia 15 de setembro de 1903 era criado também o Fuss-Ball Club de Porto Alegre. Ambos eram amplamente dominados pela presença germânica. O Fuss-Ball ("futebol" em alemão)  era completamente fechado à participação de indivíduos externos a esta comunidade. O Grêmio FBPA, por sua vez, se apresentava como uma espécie de clube alemão sem restrições absolutas a elementos alheios àquela comunidade, pois dentre os seus 23 fundadores, havia quatro nomes não-germânicos. Trata-se da reprodução, no âmbito particular do futebol, de uma situação que se generalizava na vida social da Porto Alegre de então - a "cidade dos alemães".

No inicio do século XX, o Rio Grande do Sul já possuía também numerosos estabelecimentos industriais, com uma produção bastante diversificada. O censo de 1907 colocava o Rio Grande do Sul em igualdade de condições com São Paulo quanto ao número de operários ocupados e valor da produção. A partir de então, o crescimento industrial foi mais intenso no estado de São Paulo, especialmente por questões de limitação do mercado regional gaúcho em comparação com o mercado nacional atendido pela indústria paulista, e também pelo maior acúmulo de capital garantido pela produção e exportação do café. Na área industrial notabilizavam-se as Indústrias Renner, os Fogões Berta, Wallig e Geral, a Chocolates Neugebauer, o Laboratório Wesp, a Cervejaria Continental, o Grupo Gerdau, entre muitos outros. Na área comercial, a Casa Bromberg; na área dos transportes, a Viação Ouro e Prata, as companhias de navegação e a portentosa VARIG; na área de ensino, os Colégios Pastor Dohms, Concórdia, Farroupilha – antiga Escola Alemã  ou Deutsche Schule; na área eclesiástica, as igrejas São José, na Alberto Bins, dos Navegantes, no bairro Navegantes, a igreja da Reconciliação na Senhor dos Passos, e a igreja da Comunidade Cristo na Presidente Roosevelt.

Uma Porto Alegre bem menos alemã que a de 100 ou a de 60 anos atrás testemunha, ainda assim, uma presença bastante marcante. São marcos desta presença o próprio Consulado Geral da Alemanha, o Instituto Cultural Brasileiro Alemão associado ao Instituto Goethe, a Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlemanha,  o Centro Cultural 25 de Julho com seu Coro Masculino, o Colégio Farroupilha, o Colégio Pastor Dohms, o Colégio Anchieta e a PUCRS com seus professores de origem e formação alemãs, a Livraria Pe. Reus e seu Calendário Familienkalender, a Livraria Hermann, os monumentos alemães em praças e avenidas da capital, os nomes de ruas com sobrenomes alemães por toda parte, os restaurantes Ratskeller/Baumbach, Schneider, Schullas, Tirol, Chopp Stübel, Steinhaus, entre outros, os clubes sociais e esportivos hoje cada vez mais heterogêneos, as igrejas católica e evangélicas, as praças e ruas coloridas e arborizadas, o esporte aquático e tantas outras manifestações do modo de viver de inspiração alemã.

Mas a forte presença alemã em Porto Alegre não se limita ao seu passado e presente. Estamos em plena Temporada da Alemanha no Brasil, dedicada à intensificação ainda maior das relações e intercâmbios Brasil-Alemanha, por iniciativa do Governo alemão, da Confederação da Indústria Alemã,  da Confederação Nacional da Indústria do Brasil, das Câmaras Brasil-Alemanha e dos Institutos Goethe, já em pleno andamento, de maio de 2013 a junho de 2014, em todo o Brasil, com centenas de iniciativas nas mais diversa áreas.

Aqui no Estado, estamos em pleno Biênio 189-190 Anos da Imigração Alemã 1824 a 2013/2014, com desdobramentos já neste mês de julho, entre os quais se destaca o presente ato solene. Já no próximo dia 18 de julho, 5ª feira, teremos no Centro Cultural 25 de Julho, no bairro Auxiliadora, a solenidade de premiação Distinção Imigração Alemã 2013, com a entrega de placa e brasão ao Prof.  Dr. Blásio Artur Rambo, da Unisinos de São Leopoldo, representando a região metropolitana de Porto Alegre, por seus aprofundados estudos e publicações sobre a etnia alemã; e ao jornalista Hugo Hammes, assessor de imprensa e agente cultural, representando o interior do Estado, vinculado à Associação Theodor Amstad, de Nova Petrópolis, por sua constante luta em prol da cultura alemã. O dia 18 de Julho assinala a data da passagem por Porto Alegre do grupo pioneiro de 39 imigrantes alemães que, uma semana depois, chegaria a São Leopoldo, no dia 25 de julho de 1824. E falando em São Leopoldo, a cidade-berço da imigração alemã no Brasil vai realizar a 22ª São Leopoldo Fest de 24 a 28 de julho no Ginásio Celso Morbach e no Largo Rui Porto. Por todo o interior do Estado, o dia 25 de Julho, dedicado à Imigração Alemã, será comemorado com muita empolgação.

Mas sopram novos ventos e a imigração alemã no Brasil não pode se cristalizar no passado e nem no presente. Cultura alemã sempre se destacou por sua tradição e muita inovação.  E é assim que, num mundo cada vez mais globalizado, os descendentes de alemães, acreditando nas amplas vantagens da diversidade cultural para o desenvolvimento de nosso Brasil, estão descobrindo as vantagens diretas de parcerias com cidades alemãs com  as quais descobrem mais afinidades. Parcerias já foram estabelecidas entre São Vendelino e Skt. Wendel, Bom Princípio e Klüsserat, Ivoti e Rottenburg, Arroio do Meio e Boppard, Salvador do Sul e Dickenschied, Igrejinha e Simmern, São Lourenço do Sul e Sponheim e Feliz e Nohfelden. E novas parcerias estão a caminho.

Agradecemos ao vereador João Carlos Nedel esta excelente oportunidade de expormos a vitalidade e os desafios que animam a comunidade alemã de Porto Alegre para o benefício de toda a nossa cidade, nosso Estado e nosso País através do estreitamento dos intercâmbios com a Alemanha, país que segundo as últimas quatro pesquisas mundiais da BBC de Londres é apontada como o país de influência mais positiva no mundo atual.

E a todas as senhoras e senhores, o nosso muito obrigado por sua obsequiosa atenção.

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Neste contexto insere-se como uma luva a matéria, publicada coincidentemente no dia 11 de julho de 2013, pelo jornal Zero Hora, na página Almanaque Gaúcho, assinada pelo jornalista Ricardo Chaves, com base em relato da legendária Revista do Globo, então sob a direção de Érico Veríssimo. Só que surge então, longe daqui, o maior flagelo da humanidade... Canhões e bombas rugem e explodem em outros continentes, mas raios devastadores caem também por aqui.
 

 A hidráulica em 1939

"Porto Alegre atingiu, nos dias que correm, as culminâncias da sua vitalidade. Como um organismo transbordante de vida, a cidade parece que foi tomada de uma empolgante febre renovadora."

Assim começa um dos textos publicados em setembro de 1939 na Revista do Globo. Havia nessa época um visível deslumbramento com o que vinha acontecendo na Capital no decênio anterior. Não por acaso, a legenda da foto abaixo dizia ser esta "uma das paisagens aéreas mais belas da capital gaúcha: o elegante arrabalde Moinhos de Vento com a Hidráulica Municipal ao centro".


A hidráulica 
Foto: Santos Vidarte, Revista do Globo, reprodução

Inaugurada em 1928 pelo prefeito Alberto Bins, com arquitetura inspirada no Palácio de Versalhes e seus jardins, a área limitada pelas ruas 24 de Outubro (ao alto, à esquerda), Doutor Valle (ao alto, à direita), Fernando Gomes (à esquerda, em curva), Hilário Ribeiro (na parte inferior da imagem) e Santo Inácio (à direita) era o símbolo da "vibração e sinfonia de uma cidade moderna, culta e civilizada...".

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Sobre a constrangedora invasão da Câmara de Vereadores, que perdurou oito longos dias, com direito a liminares a favor e contra, divisão entre vereadores, agressões físicas, nudismo explícito e constrangimentos de toda ordem, veja os relatos da mídia. Os tempos realmente são outros... Redação BrasilAlemanha

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Comentários

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tôni 28/03/2014, às 01:11

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enio 10/03/2014, às 19:09

Parabens aos envolvidos nos 190 anos da imigraçao e pelos relatos dos alemaes em Porto Alegre enfim no RS

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Vítor Bley de Moraes 22/07/2013, às 12:32

Extraordinário apanhado das contribuições dadas ao nosso país pelos imigrantes alemães. Como descendente de alemães, sinto-me orgulhoso dessa parceria de quase três séculos. Parabéns Silvio Rockenback pelo teu incansável trabalho. Forte abraço, Vítor Bley de Moraes


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