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Colunistas

01/06/2013

As vacas brasileiras - por Ivar Hartmann*

Em todos os outros Estados do Brasil as vacas vêem honrada sua produção diária? Nenhum produtor, transportador, funcionário de posto de resfriamento, proprietário de indústria de laticínios faz qualquer adição ao leite? Mas, nenhum mesmo?

Existem várias regiões do Brasil onde a atividade leiteira é forte e o número de vacas imenso. Ordenhadas por métodos que se supõem modernos, são levadas das propriedades por caminhões frigorificados que entregam o produto nos vários postos de resfriamento espalhados pelos Estados, para ser daí levado á indústria que o transforma em leite ou seus vários subprodutos. Os supermercados e mercados se encarregam da distribuição à população. Que os usa diariamente, repartindo-o entre homens, mulheres e crianças. Alimento essencial de uso diário. Vai então que a falta de vergonha na cara de muitos gaúchos envolvidos no processo, permite que a população use produtos adulterados ou modificados, sem a mínima preocupação com o ser humano. A responsabilidade é de toda a cadeia, incluindo os supermercados que continuam vendendo queijos e derivados de marcas que estavam (ou estão) pondo em risco a saúde de seus clientes. Eu uso produtos de duas cooperativas sérias do Rio Grande do Sul: Piá e Santa Clara. Mas ao lado dos derivados leiteiros destas duas, é possível ver nos supermercados, laticínios das marcas apreendidas continuarem a ser vendidos.  Qual o impulso para os supermercados ainda os venderem?

Uma segunda questão chama a atenção: são só os gaúchos os corruptos? Ladrões da saúde e da bolsa dos consumidores? Em todos os outros Estados do Brasil as vacas veem honrada sua produção diária? Nenhum produtor, transportador, funcionário de posto de resfriamento, proprietário de indústria de laticínios, faz qualquer adição ao leite? Mas, nenhum mesmo?Arre povinho safado este dos gaúchos! Enquanto todos os demais Estados podem confiar em seus fornecedores, aqui verdadeiras quadrilhas se organizam para ganhar mais, não importando como. Não quero acreditar que seja apenas porque o Ministério Público Federal destes Estados não tenha procurado apertar a fiscalização, mesmo sabendo do volume de casos no sul. Não! É porque os únicos desonestos do setor leiteiro de todo o Brasil está no Rio Grande do Sul. Sem querer por em dúvida a honorabilidade de ninguém, não está batendo um sininho na cabeça dos meus irmãos brasileiros, consumidores de outros Estados? O sininho de alerta de que há bruxas no ar? No Brasil ele nos acompanha desde que nascemos (graças á Deus). Triste conclusão: na cadeia produtiva do leite, só podemos confiar nas vacas?

*Ivar Hartmann é promotor público aposentado, colaborador BrasilAlemanha Neues e colunista do Jornal NH, Grupo Sinos, Novo Hamburgo, RS.
Contato: ivarhartmann@hotmail.com

 


 



Comentários

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IlI1m018f 28/01/2014, às 08:14

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NktQMZ6p 09/01/2014, às 12:15

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