Newsletter da Feira do Livro de Frankfurt – Publisher: Frankfurt Book Fair / Publishing Perspectives 20 10 2015

BRASIL 20 OUTUBRO 2015

De Lobato ao Jabuti, um caminho guiado pela leitura

Por Ivani Cardoso

Maria JoseNesta quinta, 22/10, será a primeira fase de apuração do 57º Prêmio Jabuti, considerado o mais tradicional do mercado editorial brasileiro. Como curadora, mais uma vez está Marisa Lajolo, escritora, ensaísta, pesquisadora, crítica literária, autora de literatura juvenil e professora universitária. E de livros e de leitura ela entende, e muito. Marisa é apaixonada pela leitura e tem vários livros publicados sobre o tema. Para ela, a leitura não se aprende apenas na escola, mas no cotidiano e em todos os momentos. Marisa acredita que lemos para entender o mundo, e que entendemos o mundo através da leitura, numa prática infinita e tentadora. “A leitura é fonte de prazer e de sabedoria, a leitura é inesgotável em seu poder de sedução”, garante. Esse ano está entusiasmada com a procura pela nova categoria de livro digital infantil e fala com muito carinho sobre o prêmio: “O Prêmio Jabuti é o mais prestigiado no Brasil porque contempla e avalia não apenas a literatura, mas toda a cadeia do livro, ao contrário de outros que vieram. E como atualmente se está cada vez mais prestando atenção para o livro como objeto material, e não só como veículo de um certo texto, acho que ele tende a se fortalecer”. Marisa é especialista na obra de Monteiro Lobato e defendeu mestrado e doutorado com a orientação do ensaísta, professor e escritor Antonio Cândido. Entre suas obras estão: Do mundo da leitura para a leitura do mundo; Monteiro Lobato, um brasileiro sob media; Descobrindo a literatura; Monteiro Lobato – livro a livro; e Histórias de quadros e leitores. Para ler, prefere romances da história universal ou obras que trabalhem questões da história brasileira. Como uma boa taurina otimista, prefere não falar de crise e acha que novos tempos virão pela frente: “Não vale a pena levantar da cama para lamentar, se for, então fica na cama”.

Confira a íntegra da entrevista

América Latina, um mercado editorial em crescimento

Da Redação

Na avaliação da vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt, Marifé Boix García, a América Latina ainda é um dos mercados de livros mais atraentes do mundo. Um dos motivos é que o Espanhol e o Português são idiomas falados por um total de 600 milhões de pessoas – um grupo que representa uma enorme audiência potencial de leitores para os editores globais. Ela aponta Brasil, Argentina e México como os principais players do mercado latino-americano, seguido por países como a Colômbia, Chile e Peru. Embora a maior parte da produção editorial desses países venha de grupos internacionais, como Planeta e Pinguim Random House, há um aumento em projetos menores para livros infantis, de arte, ficção científica e obras das editoras universitárias. Nessa última edição, Marifé conta que vieram editoras independentes da Colômbia, Chile, Peru, Uruguai e Costa Rica. Outra boa novidade destacada por Marifé é a participação de representantes de quatro editoras menores no Salão 5.0, que fizeram parte do Programa de Convidados de Frankfurt: Fernando Barrientos de El Cuer-vo (Bolívia); Karina Pino Gallardo de Tablas-Alarcos (Cuba); Susana Reyes de Indole (El Salvador); e Gustavo Faraon da Editora Dublinense (Brasil). Sobre os brasileiros, ela acredita que as nossas editoras estão se profissionalizando a cada edição, e dessa vez foram 36 participando no estande organizado pela Câmara Brasileira do Livro, muitas com obras originais e traduções. Em 2013, quando o Brasil foi o País Convidado de Honra, 181 editoras participaram e os resultados dessa presença continuam: “Tivemos mais de 200 obras de autores brasileiros traduzidas para as mais diversas línguas. “Felizmente as bolsas de tradução oferecidas pela Fundação Biblioteca Nacional seguem como uma política pública. Este é um importante incentivo para a presença no exterior”, disse.

Presença chilena

Da Redação

Para Adrián Puentes, agente literário do Chile, apesar da reduzida presença de agentes literários da América Latina na feira, ele sente que há um interesse global por escritores dessa região. Ele cita que tanto nos Estados Unidos quanto na Europa há muitas editoras novas dedicadas às traduções da América Latina. Ele ressaltou duas escritoras, María José Viera-Gallo e Alia Trabucco, como destaques de seu país, além de obras de ilustradores como a nova série de Alberto Montt, Laura & Dino.

Uruguai tem novos programas para promover o livro

Da Redação

O Conselho Nacional de Cultura do Uruguai criou um programa especial para promover internacionalmente os escritores do país através da venda de direitos de autor e preparar um agente literário para representá-los, conta a agente literária Omaira Rodríguez. Sobre a produção do Uruguai levada para Frankfurt, ela cita que há uma seleção rigorosa para assegurar um catálogo cada vez melhor e que, dessa vez, foi composto por cinco obras de ficção e quatro de não-ficção. Entre os títulos de ficção a agente destacou autores mais conhecidos como Rafael Courtoisie, Fidel Sclavo, Damián González Bertolino e a estreia de um romance de Andrea Di Candia.

Colômbia tem a força dos editores independentes

Da Redação

Juan Felipe Córdoba-Restrepo, diretor editorial da Universidad del Rosario in Bogotá, Colombia, e Presidente da Asociación de Editoriales Universitarias de Colombia (ASEUC) diz que o trabalho da universidade está muito focado na distribuição para vários países e que a proposta das obras é gerar debate e pensamento reflexivo. Além disso, acha importante essa participação em feiras internacionais para reforçar o papel do editor no meio acadêmico, trocar experiências na produção e edição de títulos e conhecer novas tendências em publicações digitais. Maria Paula Godoy Casasbue, coordenadora editorial da Universidad Católica de Colômbia, registra a presença das editoras colombianas independentes que existem sem qualquer apoio do Estado e sem medo dos grandes grupos editoriais da Espanha. “São sobreviventes que se atrevem a sonhar”, ela afirma. Entre os títulos que foram para Frankfurt, estão obras que mostram um lado particular da realidade colombiana, a partir de vozes indígenas de comunidades estabelecidas em contextos urbanos.

Editoras independentes crescem no Brasil

Da Redação

Raquel Menezes é presidente da Liga Brasileira de Editoras – LIBRE, e ela garante que as editoras independentes hoje em dia estão muito mais respeitadas no Brasil. “Dia após dia, temos a chance de mostrar o nosso valor criativo, porque nós somos responsáveis pela descoberta de novos escritores e ilustradores. Infelizmente, ainda temos problemas em termos de distribuição, por isso não temos muito espaço nas livrarias”. Ela analisa que o momento é difícil, porque o Governo parou de comprar livros didáticos e isso atingiu profundamente as editoras independentes. “Como o livro ainda não tem um valor simbólico no Brasil, em um momento de crise é o primeiro item a ser cortado e em um momento como este, as portas estão ainda mais fechadas. Ela comenta que, por enquanto, apenas os autores brasileiros mais populares estão sendo traduzidos, mas espera que a situação se modifique. “Algumas editoras associadas da LIBRE têm conseguido fechar negócios internacionais e uma prova disso é que a minha editora (Oficina Raquel) e mais duas editoras independentes, a 34 e a Apicuri, foram convidadas para a Feira do Livro de Frankfurt deste ano com o apoio do Ministério das Relações Exteriores alemão.

LivroEstante

Processos educativos em práticas sociais: pesquisas em educação
Cód.: 7508
Ano de publicação: 2014
Edição: Primeira
ISBN: 978-85-7600-349-6
Organizadoras: Maria Waldenez de Oliveira e Fabiana Rodrigues de Sousa
Páginas: 272
R$ 42,00

A obra foge de ser mais um “manual de como se faz” e, além de um outro “livro sobre a pesquisa”, é uma coletânea de ideias e experiências entre pesquisas. Mais, entre diferentes dimensões de interações entre a construção do saber através da pesquisa e outras referências valorizando o tema educação.

A partir da próxima semana nossa newsletter voltará a ser enviada às quartas-feiras. Essa semana, excepcionalmente, você está recebendo na terça porque o escritório da Feira do Livro de Frankfurt ficará fechado durante três dias a partir de amanhã (21).
Boa leitura!

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